E enquanto fechava a porta de casa, ouvi Pedro a descer as escadas, desenfreado, suportando a enorme mochila que trazia às costas.
Pondo-as no chão e largando um sopro de cansaço, explicou:
"Vou para o Haiti."
Ele nao esperava nenhuma reacçao minha, percebi. Perguntei por Cláudia, ele disse que iria ficar cá. Ao menos teria quem me fizesse o jantar, pensei.
Sei que preciso de explicar: Pedro é voluntário na AMI. Recrutado nas catástrofes naturais de grande escala, nunca disse Nao a um pedido de ajuda.
Eu fico, mas com pena de tambem nao puder ajudar. Podemos estar a viver numa sociedade com crise de valores, mas é bom sinal ver a pronta ajuda prestada pelos vários paises, organizaçoes, entidades, pessoas.
Valerá sempre a pena.