quinta-feira, 29 de maio de 2008

Los Duros

Estava a precisar de escrever, e entao lembrei-me de um post que ja tinha guardado à imenso tempo.



Los Duros. A tripla mais estranha de toda a paróquia de Carnide. Existimos há mais de 3 anos, criada apartir da "Associação da Matança do Porco: Os Duros", que descobrimos enquanto passeavemos durante um retiro. O nome ficou, as pessoas tambem.




Tenho um defeito enorme: tenho tendência a "esquecer-me" das pessoas realmente importantes. Nao por queira, mas como elas estao sempre presentes e garantem a minha boa sanidade mental, nao dou o real valor que devia dar por ser tao.. "natural"!




Eu, o Carlos e a Sara somos a tal tripla. Oiço "For once in my life" do Michael Bublé, onde a letra nao é bem aplicada a isto tipo de casos. Mas tambem acenta bem. Por vezes esqueço do que sou para eles, e do que eles sao para mim.



Agora sempre que olho para este quadro, sorrio. Sorrio por esse sorriso que eu tinha e que ja nao sei faze-lo (artes que se perdem.. ahaha), sorrio por sabe-lo que alguem gastou tempo a faze-lo com dedicação, e esse alguem foi o Carlos.


Tenho certas dificuldades em exprimir, é certo. Quando tento faze-lo, ou nao sai, ou sai algo bimbo. Cá vai: quando olho para este quadro, vejo a tripla, a amizade, tudo.. menos eu. Ainda bem, penso. Talvez assim nao torno o quadro no meu ponto alto de egocentrismo.


A minha vida é feita disto. Pequenos momentos que marcam e ajudam a crescer. Tonaladas de pequenos momentos que marcam. Vou ser sincero: tem faltado. Mais do que é custume. No entanto, la vao aparecendo.


A minha vida é feita deles.
(Los Duros - Hora de aparas d'óstias)

sábado, 24 de maio de 2008

Tudo


Fui tudo. Naquele momento, a minha mente vagueava aonde? Nao sei. Tocava. Olhares repousados em mim, curiosos com os meus gestos, com o som do orgao. Era tudo. Sem medo, sabia-o que tinha que ser.

Fui nada. Ja nao tinha aquela Chama. Tocar sem Ter. Para que? É tocar sem alma. É tocar para os aplausos. É tirar à palavra música toda a música que ela contem.

Fui contradição. E sabe-lo é triste.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Desabafo

Sei que Tens algo para me dizer. E nesta confusao de ideias, pensamentos, nao consigo ouvir. Sei que Tens o caminho apontado algures, mas nao sei para aonde.

O elástico? Esse nao sai. Bolas, assim é mais dificil perceber. Ou nao? Nao sei. Sei sim que o elástico estará no braço esquerdo.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Instrumento Teu

Entrei em casa, entrei no quarto, Pedro estava sentado a ler um livro. Atirei a mochila para a cama, ele levantou os olhos do livro e apenas disse:

"Nao stresses.." e levantou-se. Continuou, dizendo: "Anda, vamos ao Colombo."

Sem proferir uma palavra, segui-o. No elevador, ele lembrou-me disto. Nao pude deixar de sorrir. Ja com um sorriso na minha cara, relembrou-me outras tantas histórias, ditas loucas, em tao pouco espaço de tempo.

"A energia ainda cá está, Pedro. Sem dúvida."

"Mais pareces um Indiana Jones..." murmurou, à saída do predio.

Enquanto andavámos, Pedro nada dizia. Nao precisava. Eu sabia o que ele pensava. No entanto, disse-me:

"Hoje deparei-me com uma carta para ti, de uma amiga tua...." e antes que eu pudesse transformar o meu olhar de raiva em palavras, disse: "que em poucas frases, descreveu tal e qual a tua pessoa."

Calei-me. Deixei-o prosseguir. Gosto de me ver "por fora".

" "Ser André é viver cada dia, aproveitando cada momento e saboreando-o ao máximo, fazendo com que cada momento seja marcante." " . Relembrei-me entao da carta. Sim, era verdade. Eram frases que me descreviam melhor do que eu o poderia alguma vez ter feito.

Pedro nunca temeu o futuro. É impressionante. Na sua forma simples de ser, a fé sustenta tudo. Tento seguir-lhe o exemplo. Ha poucos dias, outra amiga achava chocante, mas pelo positivo, a minha fé. Disse-lhe que achava que era tudo o que eu nao tinha, fé. Ela achou piada, e disse-me que nao. Que eu estava errado.

Pedro nunca temerá o futuro. Tem-no programado, de maneira desalinhada, como quem se deixa levar pelo vento, mas quem sabe para aonde o vento o leva. Estranho. O aprendiz pode ultrapassar o mestre, mas quando?

Vivo cada dia na Tua certeza, de que quero ser Instrumento teu. E sei que por muito que custe, é isso que vale a pena. Sei que já o sou, mas por vezes afasto-me do caminho com a facilidade de quem desiste.

" Desistir... é taoo facil. Ja reparaste? O que custa, subir ou descer a montanha? Será a sensação da chegada ao cume, depois de tanto esforço, equiparavel à descida? Nunca. É um absurdo." disse Pedro. Eu sei. Creio que o encontro com a Izzie lhe terá feito bem.

quinta-feira, 15 de maio de 2008


Nao ver um único raio de Sol de jeito no meu dia de anos é absolutamente frustrante.
Pior que isso so mesmo sentir que este dia tem sido o pior da semana. Será de mim? Nao creio. É demasiado tarde, mas devia ter ido a um certo sitio.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Relances [O C U L T O]


Quantas conversas teremos tido este ano? 3, 4? Nao sei. Poucas. Mas curiosamente, as suficientes para perceber que tens sempre algo para dizer. Sempre vindo dEle. Por vezes parece patético, outras nao sei se sou eu que me esforço para tentar ver algo que nao é, mas creio que a Fé é mesmo assim: quando menos esperamos, algo confirma tudo.
Há um ano atrás, ajudavas-me a embarcar nesta enorme aventura. Riste quando eu corri à chuva, sorriste quando tudo começou oficialmente, sorriste quando perguntavas por Nós e eu respondia que tudo estava bem e continuas com o mesmo sorriso quando, apesar dos tormentos, tu sabes que tudo vai ficar bem.
Esse sorriso de criança, curioso, deixa transparecer tanto dEle. Se me perguntares se recorri da tua inocente forma de ver a vida (talvez como a minha) para aprender algo, eu digo que sim. Sem medo, sem receio.

"ja estava previsto! Ele anda a remexer-te nas ideias!"

E se antes tinha medo que Ele o fizesse, talvez agora ja nao o tenho. Talvez agarrada a essa tua frase veio algo mais Oculto. Nao sei.
Nao te surpreendas pela minha fé. Por vezes acho que é a coisa mais inventada por mim que tenho. Deixa-me, sim, a mim, surpreender-me contigo. Faz-me bem, sem duvida!
Pedro de Arimateia

domingo, 11 de maio de 2008

11 de Maio

Há sensivelmente um ano atrás, voltei a pegar no meu blog. Obrigado Cacau!

E há um ano atrás, era-me diagnosticado Glaucoma. É interessante olhar para o escrevia na altura. Mal eu podia adivinhar que o diagnóstico estava errado!

Obras de Deus

Gosto de ver com os meus próprios olhos aquilo a que eu chamo "obras de Deus". São raras as vezes, mas as suficientes para eu perceber o quão fantasticas sao. Ja tive momentos em que me olhei como uma, sem egocentrismo ou convencimento, momentos esses em que estive perto do tal paraíso.



Ontem fui convidado a ir tocar a um casamento na Ericeira, mais Ele e Ela, que iriam cantar, ambos do Instituto Gregoriano. Entao, por volta da duas da tarde, la fui no carro vermelho, um Mini moderno, que bem aguentou a pedalada que Ela lhe imprima. Fui no banco de trás, a viagem prometia ser divertida, e foi. Ao ponto de nos enganarmos nas tabuletas, e chegarmos a Óbidos (ainda vimos ao longe o castelo de Óbidos), porque nao tinhamos visto o sinal a dizer: "Mafra Malveira". Enfim...



O casamento correu bem, é sempre interessante ver o nervosismo do noivo, e o momento da chegada da noiva. E ontem foi especial, porque segundo o padre, a noiva sempre teve o sonho, desde pequenina, de entrar no seu casamento ao som da Ave Maria de Schubert. E eu, ao tocar, senti-me ajudante dessa concretização.



Na viagem para cá vinhamos mais cansados. Ja nao havia musicas para aprender, ja nao nos apetecia cantar, entao viemos a conversar.



Por meio de conversas mais sérias, Ela olhou-me pelo retrovisor, e disse: "Algo que eu acho fenomenal é a maneira como voces" (eu e Ele) "se entregam às pessoas e às coisas que se envolvem.".. "é lindo!". Ele suspirou, eu tambem. E Ela continou, como se Ele nao tivesse ali: "O problema d'Ele é que, sendo tao humilde, caiu nas maos da pessoa errada.", e dito isto, logo lhe agarrou a mao. Suspirei outra vez. Disso eu estava certo que nao me tinha acontecido. Caido nas maos da pessoa errada? Bem pelo contrário. Por momentos senti mais que eu é que era a pessoa errada no meio da confusão.



A viagem continuou. Nalguns momentos de silêncio, olhei para eles os dois, para a sua simplicidade. Ele passara o ano todo em baixo. O verão passado foi vivido em sofrimento, o qual testemunhei com a dor de um amigo. Mas como agora lhe digo, ha males que veem por bem. E a alegria que Ele agora tem, faz-nos (a nós, familia Gregoriano) crer que está entregue a que sempre lhe foi destinado. Porque? Nao sei. Há aquelas coisas que nos nao sabemos explicar porque, mas sabemos que assim são. E tambem porque gostamos sempre de ter casais que sejam "lá da casa"!



Já em Carnide, pedi-lhe para me deixar na Quinta da Luz. Ao passar em frente ao Teatro, o sinal ficou vermelho. Parou ao lado da Igreja. A conversa ja tinha acabado. E de repente, Ela olhou-o nos olhos, e disse A frase. Fiquei estupefacto, mais parecia estar sentado a ver um filme.. mas a sério. E sentado no banco de trás, continuava embasbacado a olhar para aquilo. Soltei um "Ai mae..". Estupefacto e embasbacado porque ha frase foi dita de Tal maneira, com Tal olhar e com Tal sorriso, que era certo: são Obras de Deus. Talvez se tivessem feito daquele momento um filme, com uma musica romantica e suave, milhares de pessoas estariam a chorar. E eu assisti aquilo, sozinho, no banco de trás. E outro suspiro lancei. O terceiro desse dia. Perante tal espanto, Ela olhou para trás, e disse-me: "Vá, eu nao digo muitas destas, mas quando digo, gosto de dize-las!". E enquanto escrevo isto, ainda paro, a pensar nesse momento.



Depois de tal espanto, olhei para a Igreja. Sempre tive o sonho de tocar a Marcha Nupcial e mal a noiva estivesse perto do altar, eu fazia slide de onde está o orgao (em cima da entrada), e descer ate ao altar. Chamar-me-iam de louco. Eu apenas acho que é a minha maneira de ser. (Embora ninguem aprove a ideia..!)



Quando me deixaram na Quinta da Luz, nao pude deixar de lhes dizer obrigado. E quando me dirigi para frente daquela Janela, senti que era altura de trasnformar outra coisa em Obra de Deus. Peguei no telemovel. Nao desisto. Sei que Ele nao quer isso.



Obrigado Ana, Obrigado Tiago!


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ainda

Ainda choro. Sem problema. Quando penso em ti, mesmo quase após 2 anos, ainda choro. É inevitavel. Sei que ultrapassei tudo o que aconteceu, ja pensei muito nisso, mas creio que a saudade prevalece sempre. De tal maneira que a tua memória aquece-me o coração de uma maneira muito... aconchegante.

Cada vez que me chamam Ferreira, um dispositivo em mim relembra-te. E gosto disso. Gosto de pensar que continuo algo que tu começaste, e te esforçaste, por construir.

Tenho pensado em ti, e na falta que fazes. Mas a tua memória continua, e continuará, a aquecer-me o coração.

André

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Hoje

Hoje pego na guitarra, fico sozinho no quarto, e sozinho canto algumas músicas. Algumas foi o Pedro que me ensinou, no seu tom desafinado. Faz-me falta, preciso de ser orientado.

Hoje o ar que paira na rua é o mesmo que há um ano atrás. Mas falta-lhe algo. O cheiro é caracteristico, deixa saudade. Falta-lhe algo. Entrentanto fecho os olhos. Recordações! Impossiveis de apagar.

domingo, 4 de maio de 2008

?!

E hoje estou chateado. Mas mais que isso, magoado.

Apetece dormir a tarde inteira, esquecer tudo, mas nao dá. Em vez disso, tenho que estudar afincadamente, como se nao houvesse amanha, pois assim tem que ser.

Mas estou magoado. Ofereci a minha ajuda, e recusaram-na, quase bruscamente. Pensei que talvez ela nao fosse precisa, mas depois vim a perceber que era. Bolas...!

Ao menos o dia condiz comigo. Ao menos isso, e algo mais.

(P.s.: Parabens, Cacau!)