E enquanto fechava a porta de casa, ouvi Pedro a descer as escadas, desenfreado, suportando a enorme mochila que trazia às costas.
Pondo-as no chão e largando um sopro de cansaço, explicou:
"Vou para o Haiti."
Ele nao esperava nenhuma reacçao minha, percebi. Perguntei por Cláudia, ele disse que iria ficar cá. Ao menos teria quem me fizesse o jantar, pensei.
Sei que preciso de explicar: Pedro é voluntário na AMI. Recrutado nas catástrofes naturais de grande escala, nunca disse Nao a um pedido de ajuda.
Eu fico, mas com pena de tambem nao puder ajudar. Podemos estar a viver numa sociedade com crise de valores, mas é bom sinal ver a pronta ajuda prestada pelos vários paises, organizaçoes, entidades, pessoas.
Valerá sempre a pena.
2 comentários:
Pedro também passou por minha casa a dizer:
“Vou para o Haiti."
Também não tive tempo de reagir, apenas O vi seguir em frente. Deprimida com toda aquela situação difícil, muitíssimo pior do que aquela que passamos em 1998, com o sismo que abanou esta pequena ilha, optei, não sei se correctamente, por não seguir passo a passo tudo o que vai sendo relatado na televisão. Bastava-me sentir o sentimento de angústia, enquando me deixo levar pelos pensamentos.
Nisto, Pedro que sabe sempre tudo, mandou-me um email, que dizia:
“Reza, reza ao Pai, para que dê força a estes corações amargurados e despedaçado, e não te sintas em falta para com este povo, só por não seguires toda a realidade retratada na comunicação social. Não te esqueças, antes a tua oração e o teu sentimento do que o conhecimento completo da realidade que envolve este povo. Eles precisam de toda a ajuda possível, é verdade que sim, e de muita oração também.”
Sem outra opção, também fico mas junto-me na oração e rezo por este povo haitiano.
=), Paula!
gostava de conhecer esse Pedro.
Parece-me interessante. Já há tantos anos que oiço falar dele.
Do teu heterónimo.
Admira a tua expressão de sensibilização!
Bem!
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