terça-feira, 19 de setembro de 2006

Eu no País da Ignorância

Sinto, sem dúvida, uma grande revolta dentro de mim.

Sinto que , alem de estar em Portugal, estou no País da Ignorância. Ou da Imitação. Ou, como diria o grande génio da filosofia, Pedxong, em "Ecos de Genialidade" (http://pedxong.blogspot.com): estou na Tugalândia.

Sinto-me preocupado. Quando oiço dizer que a Filândia tem a melhor educação da Europa e que tem ensino gratuito até ao fim da faculdade, sinto-me precupado. Gastam menos que nós, e o ensino é mais eficaz. Afinal, estamos mesmos na Tugalândia. Custa crer.

Sinto tristeza.

Sexta tive o primeiro dia de aulas. Sexta tive Área de Projecto. Reparei que vão ser horas perdidas, a tentar desenvolver um projecto, que segundo o Ministério ( o qual não sabe bem para que serve a disciplina. Óbvio, se soubesse não estariamos na Tugalândia ) vai desenvolver a minha cidadania e a minha democracia.

Sexta recebi outro informação que me deixou ainda mais preocupado. Vamos ter aulas de substituição.
Nem eu, nem o André, nem o Ferreira, nem o Lino, nem o Lilo, nem o Pedro... ninguem soube dizer nada.
Se tenho um lado-oculto, serve essencialmente para pensar em conjunto. Sei que as aulas de substituição tem uma grande ideia por trás: colmatar eventuais atrasos na matéria, caso o professor falte. Mas!... mas o problema, é que estamos na Tugalândia. E cá, ninguem sabe organizar as aulas de substituição.

Sinto uma grande revolta dentro de mim, quando, durante hora e meia, a minha professora de Área de Projecto leu umas informações do Ministério, que nem ela percebia bem. Durante hora e meia, ela leu sem parar, ou melhor!... parou. So que para dizer: "podem falar, enquanto eu estou a ler isto em voz alta, mas baixinho".

4 comentários:

Anónimo disse...

Agora tenho mesmo a certeza do que te disse; sabes mesmo escrever muito bem. =D
Infelizmente, tens muita razão no que dizes; estou cada vez mais convencido que o ministério não sabe mesmo o que anda a fazer; aliás até sei, dificultar a vida de todos os alunos da Tugalandia.
Em relação às aulas de A.P. sim foram uma seca tremenda e espero que este tipo de aulas não se repita nunca mais, senão serei o 1º a atirar-me pela janela da Tuga-sala-de-aula...

Gervasio disse...

Vá, tirando umas virgulas mal postas, até "escreves bem".

Meu caro, na Finlândia [e não Filândia...] o ensino pode ser grátis mas isso reflecte-se nos impostos!
"Gastam menos que nós, e o ensino é mais eficaz."
Gastam menos que nós?

A área de projecto e as aulas de substituição seriam boas ideias se fossem devidamente postas em práctica, tal como dizes. Mas para isso era preciso que tanto professores como alunos não desprezassem logo o projecto, eliminando qualquer hipotese de vir a ter algum sucesso...
Não digo que o estejas a fazer, mas de certo que será assim com alguns colegas teus...

Tiago Krug disse...

Há pois é!
Deve ser da idade avançada, mas concordo aqui com o senhor Gervásio hoje. =)
Tu não pagas por estudar durante todo o ensino obrigatório e também não acho que o mal seja cada estudante universitário que tenha possibilidades (mesmo com algum esforço) pagar por aquilo que usufrui em vez de ser um pais inteiro a pagar para que ele o possa fazer. Além disso o estado apoia todos eles. As propinas servem para ajurtar depois o que cada curso gasta. Acredita que há cursos, como por exemplo foi o meu, que obrigam a grandes despeses que não penso que seja susto que por exemplo os teus pais andassem a pagar.
Quanto à tal área de projecto. Também acho estranha. Nada a ver com o que era no meu tempo. Mas no meu tempo as coisas também n estavam totalmente bem, se não também n tinham mudado. Temos de acreditar que cada um faz um pouco daquilo que acha melhor, que as pessoas n se andam a tentar prejudicar gratuitamente. A aula que falaste pareceu de facto horrivel e inacreditavel. Mas a culpa deve ter sido mais da professora que n se preparou do que qq outra coisa. E se assim foi, tás a um passo de fazer a diferença. Em vez duma resolta contida. Uma conversa educada com a professora, fazer com que as coisas possam ser menos mal do que parecem. É ai que pode estar a diferença.
Metade da Tugalândia passa o prato aos outros e fala de tudo um pouco... =)
Abraço!
E força no regresso às aulas!

Nuno disse...

Parece que alguém está a começar a ver as coisas de um ponto de vista bastante desagradável, que é, como quem diz... realista, no mínimo.
Pondo de parte a pequenita falha do Finlândia (não só na escrita como também pela ideia talvez excessivamente utopista que tudo é melhor num dos países com maior taxa de suícidio do mundo) devo dizer que estás no caminho certo.
No entanto ainda te falta abrir mais um bocadinho os olhos. Apesar de a Área projecto ser um bom exemplo da estupidez epidémica é ainda só a ponta do iceberg.
Digamos que estás no país mas ainda não leste o guia turístico. Quando leres o guia... meu caro vais ter mesmo razões para te preocupar. E mais importante delas... é o facto de não seres propriamente um turista.