domingo, 26 de outubro de 2008


Um dia saberei exprimir o hino à vida que sinto em mim.

Apesar de toda a agitação semanal, ainda sou acordado durante a noite para conversas.
Ainda me abanam, e dizem: "Hey, pst, André...", e eu acordo, partilho histórias e ideias, e adormeço melhor.

O dia começa cedo, e acaba tarde. Mas no meio das 12498 coisas que se tem para fazer, há sempre tempo para tudo.

Chegar ao fim do dia cansado, mas com sabor a missão cumprida é muito bom.
É sinal de que há um hino à vida.

sábado, 18 de outubro de 2008

Comunhão


Tal como o camponês, que canta a semear
A terra,
Ou como tu, pastor, que cantas a bordar
A serra
De brancura,
Assim eu canto, sem me ouvir cantar,
Livre e à minha altura.

Semear trigo e apascentar ovelhas
É oficiar à vida
Numa missa campal.
Mas como sobra desse ritual
Uma leve e gratuita melodia,
Junto ao meu canto de homem natural
Ao grande coro dessa poesia.

Miguel Torga

Hoje é daqueles dias que se pudesse, regredia naquilo que tenho tentado construir na minha cabeça. A lua nao está cheia. Talvez como eu. Nao estou cheio.

Lembro-me do "quase-frade" do filme de ontem. Percebes? Sei que sim.
Obrigado. Por tudo!

Pensamentos não-ocultos


O filme "Irmão Sol e Irmã Lua" deve ser o que mais vidas mudou em todo o mundo. Torna-se um "perigo" saudavel, ver aquele filme, sabias?

Trata de episódios da vida de S.Francisco. É já muito antigo, mas de uma espectacularidade sem igual, transimite algo mesmo forte.

Estarás a perguntar-te porque pensei muito em ti durante o filme. É simples: a Santa Clara tinha muitos traços teus. Não fisicos: ela era loira e de olhos azuis. Era a maneira como ela queria abraçar a vida. Hum.. pera. Talvez o que mais me fascinou nessa ligaçao entre tu e ela foi a alegria com que ambas falam de Deus.
É simples. Tu própria sabes do que falo. Depois da tua peregrinação com as equipas, o teu post tornou-se Vivo. Sinto-me estupido quando tento passar para texto aquilo que senti com tanta certeza: é que ao ve-la a falar no filme, surgiu em mim um pensamento qualquer e dei por mim.. "Eish! Parece mesmo a Cacao!".

E lá está... tambem ali a Clara dá uma maozita ao Francisco, e nao pude deixar passar esse facto ao lado.

LOL!
Olha, acabou de entrar na net um amigo meu, que disse, literalmente e sem mais nem menos o seguinte:

"Admiro imenso a tua forma de viver e isso
E gostava de saber onde arranjas essa vida toda.."

E acho que nesse aspecto, compreendes-me muito bem. Porque esta forma de viver é acreditando n'Ele. Dizes no teu post: "e é com pele de galinha que digo: É DEUS QUE NOS UNE." É com pele de galinha que leio, e sinto que sim.

sábado, 11 de outubro de 2008

Pequenos prazeres da vida

Perguntou-me, às uns dias atrás, uma rapariga muito simpática chamada Catarina, se a minha vida era alegre. Disse-lhe que sim, claro! E prometi-lhe dar pequenos exemplos disso:

(Centro Paroquial - As mochilas do Pedro e da Izzie)

Pequenas alegrias na vida é acordar à uma da manha com um telefonema, contou-me o Pedro, da Izzie, a pedir-lhe: "Toca a aquela musica... Va laaaaaaaaaa!". E o Pedro la se levantou, meio sonambulo, a tocar com uma mao a musica que era pedida. Soltaram-se umas gargalhadas, e ele até dormiu melhor, disse.





(Monte da Caparica)

Pequenos prazeres da vida é ter um convite numa quinta á noite, para no dia a seguir ir ao Monte da Caparica de manha, com Alguem especial (ao volante. Esse foi uma das pequenas aventuras da vida :P). Descansar de uma semana infernal, soube mesmoo bem!





(Camara de Lisboa, departamento de EntreCampos)

Pequenos prazeres da vida é um estudo bem acompanhado, sem antes pisarmos incessantemente casas e igrejas, localidades tao familiares. É uma companhia que me deixa a sorrir pelo que é, e pelo que quer da vida...


... perdão, pelo que querem da vida. E por poder acompanha-los tao de perto, e saber que lhes ensino muito, ao mesmo tempo que aprendo.




Simples alegrias de vida é ter uma afilhada espectacular de curso, a Sara, e saber que é mais um membro de uma familia de... 3 elementos (eu, a minha madrinha e ela). Ao mesmo tempo, é ter alguem que tenho, de certa forma, tomar conta. Sinto-me responsavel... pelo que cativo. E Sara, nao duvides!... vai ser um grande ano! Aliás, ja está a ser!
(Porque descobrir sorrisos por trás de sorrisos, é outro pequeno prazer da vida. Oculto, de certo. Mas é isso que faz o fantástico.)

sábado, 4 de outubro de 2008

Estrada



Sigo estrada fora.

A estrada nao acaba, e Tu estás sempre ao meu lado a dizer: "VAMOS, VAMOS, NAO DESISTE!". Estilo treinador.

Lembro-me entao da história de hoje:

Eu vinha furioso, Pedro vinha ao meu lado mas nada dizia. Parei ao lado de um semaforo. Nao aguentei, e perguei um murro no mesmo. Os nós dos dedos começaram a sangrar. Pedro continuava a nao dizer nada.

"Nao sabes perdoar, está visto.." , disse Pedro.

"NAO SEI PERDOAR?! Mas tu estás parvo, ou quê? Tu tens tido noção do que aconteceu?", perguntei-lhe.

Pedro calou-se. No fundo, percebia-me. Sabia, como eu, que perdoar nao era facil. Entao depois de tanta coisa a cair em cima de uma so vez, percebi que é uma missao praticamente... impossivel?

"Missões impossiveis... Tu és mestre nisso!", sugeriu Pedro.

"Se fosse, isto nao estaria assim."

"Aí é que entra a tua mestria. É tu pensares que as histórias acabam todas num dia, porque no dia a seguir as pessoas ja ca nao estam."


"Entao sou parvo, isso nao é mestre."

"É.. porque sabemos ambos que é.. e porque é."

Sabiamos? Talvez. Mas o sangue saia dos nós dos dedos.

Tempo de perdoar. Tempo de desafios mais dificeis do que parecem.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008


"Sim, olhar a paisagem...
Olhá-la como um bicho
Ou como um lago
Olhá-la neste vago
Sentimento
De pasmo e transparência
Olhá-la na decência
Original,
Com olhos de inocência
E de cristal."

Reflexão - Miguel Torga