domingo, 21 de fevereiro de 2010

Fé em ti


Espero que esteja tudo bem contigo. Nessa pequena grande aventura em que embarcaste, mando esperança e algum conforto, espero.

Porque sei que se há perto de um ano e meio atras algumas coisas eram projectos, agora começam a ser realidade. E sei que tu vais conseguir!

Oculta nao pode ficar, claro, a fé que tenho em ti, nesta caminhada que lentamente nos começa a mandar para lugares opostos. 

Talvez um dia mais tarde, quando pagarmos a conta ao Ricardo, e dissermos: "Agora tenho que ir para o Gregoriano", que nao seja para ter aula, mas para a dar!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Música (ou simplicidade)

E por entre a chuva, o carro seguia quase automaticamente o caminho até à Igreja. 

Quando cheguei, reconheci o local pelas poucas vezes que lá estive. Entrei. Uma senhora, baixa, atarracada, mas com um caminhar ironicamente rápido, cumprimentou-me.

"Boa tarde, sou o André Ferreira, o organista que vem tocar a missa das 7", disse-lhe, anunciado-me.

Com um sorriso de alegria, talvez pela minha juventude, a senhora respondeu:

"Ah, sim sim, o Sr Padre disse-me que viria!", e vendo que nao tinha a chave do orgao, apressou-se a ir buscar a um armário, empoleirando-se numa cadeira, dentro da salinha que estava logo à entrada da pequena igreja.

"Sabe onde é?", perguntou, ao entregar a chave. 

"Sim, ja ca estive algumas vezes", respondi, com um sorriso. Apontou-me o caminho. 

Subi as escadas de madeira, meio tortas. Era estreito. De lado, a parede ja meio cinzenta, do outro, um amontoado de recordaçoes, adereços natalicios, um infindavel numero de coisas que conferiam uma especia de arrecadaçao aquele espaço.

Subi. Depois de descobrir como se ligava o orgao, fiquei completamente atonito pela leveza do som que saia. Nao é descritivel. Mas é audivel.

Sentei-me, entao, sossegando da azafama do dia, e olhei em frente. Toda a fachada envolvente ao sacrário era em talha dourada, que mesmo no escuro da tarde, parecia ter um brilho especial. A igreja, pequena, sem acustica, seca, parecia igreja de aldeia.

As pessoas iam chegando, mas poucas. Ao inicio contavam-se pelos dedos das maos. Falavam, nao muito baixinho. Entretanto o Sr Padre chegara.

Apressei-me a descer as escadas e ir ao seu encontro. Um sorriso profundo esperava-me, assim como as peças que iria tocar. Conhecia tudo, e fiquei satisfeito por assim ser, dá outra tranquilidade.

O Sr Padre iria cantar a solo, e disse-me: "Irei ensaiar com a assembleia daqui a pouco." Achei curioso. A assembleia nao passava de 3 dezenas de pessoas. Eu contei.

Na verdade, mais uma vez ficaria surprendido. Nao só se revelou um excelente solista, com o Sr Padre conseguiu por a assembleia a cantar a plenos pulmoes. 

É isto que me toca. A simplicidade das coisas, e o sabor que a música leve. Senti-me profundamente feliz, e se isso é explicavel, nao o sei fazer. Senti-me bem. E sei que se a missa durasse 2, 3 horas, estaria com o mesmo sorriso.

O sol ja se tinha apagado, mas naquele dia de chuva, era questionavel se alguma vez ele teria acendido. 

A vida tem mais sabor assim, nas coisas simples. Ha quem se maravilhe com coisas imponentes. Eu tambem. Mas acabam por ser as mais simples que me dao um gozo enorme.

E o som do orgao, embora nao fizesse eco, preenchia e perdurava. Porque um som daqueles nao se esquece.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

"Faz-te ao largo!"

Ontem marcou o inicio do Ano Mundial contra a Pobreza e Exclusão Social.

A passagem do Evangelho desta semana encaixa na perfeiçao. A mensagem é de aposta. De arriscar. De mudar.

Esta passagem tambem me marca especialmente porque foi o tema do meu primeiro retiro, na Praia das Maçãs. 

E se tantas vezes nao tivessemos fé? E se tantas vezes nao quisessemos dar o passo em frente? E se tantas vezes nao tivessemos coragem para lançar a rede como Pedro fez?

É certo: nao sorririamos tantas vezes! 

Mas é preciso ainda mais. Descobri que 18% da população portuguesa é pobre. Ou seja, que aproximadamente 1 em cada 5 pessoas é pobre. 

São numeros assustadores. Nao esqueço um dia em que saí da Sé, chuvia imenso (mais um frio insuportavel). E á porta, 3 sem abrigo dormiam (ou tentavam) debaixo de caixotes. Assim. Mais nada.

É preciso mudar. E mais que querer mudar, fazer mudar. Para este Ano, façamo-nos entao a este largo!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Descanso

Gosto de uma noite passada a navegar na internet. Talvez por vezes um bocado futil, de certo, mas depois de um dia agitado, sabe bem.

Entre aprender alemao, preparar "Holanda '10" e estudo de orgao, a sensaçao de descanso é enorme. O semestre está a acabar. O IST tambem.

Porque quase num abrir e fechar de olhos, estou no 3º ano do curso, prestes a acabar. E ainda parecia que foi ontem que estava a ir inscrever-me. Costumam-me perguntar se vou continuar com Matemática. Nao, por agora. Nao vou deixar de lado, e sei que é por isso que estou a acabar o curso. Foi sempre algo que quis.

Entretanto, definem-se rumos. Procuram-se metas cada vez mais longe. Porque tenho a certeza de que sonhar alto compensa.