quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Dias indo...

Um chuto na pedra do caminho que se aproxima faz matar a monotonia do caminho.

De volta às aulas. De volta aquele mundo desumano. Mas desta vez é diferente: desta vez estou disposto a lutar!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Lado (quase) Desfeito

Transportava o teclado nos braços, mochila às costas, vinha da Missa das Promessas dos Escuteiros. Bem interessante, por sinal.
Um aglomerado de gente formava uma roda, em frente à minha casa. Soltavam gemidos de susto, espanto, e uma ambulância virava a esquina a toda a velocidade. Intrigado com o sucedido, resolvi aproximar-me, lentamente, como quem dá mostras de nao se interessar no que se passa, mas de quem ao mesmo tempo lá no fundo pergunta "mas que raio..?".
Parei. Escandalizado.
Revejo. Outra vez. E outra vez.
E nao sabia o que sentir ou o que dizer.
Furei a roda, e sentei-me ao lado dele. Perguntaram-me: "Conhece?". Se eu o conheço? Mas claro. Era Pedro. "Meu irmao", disse. E um silêncio mortal pairou sobre as pessoas.
Pedro jazia em sangue, fruto de uma queda altissima. Morto? Mais que morto, completamente sem vida, sem hipotese de retornar, sem hipotese de salvamento.
O meu coração acelera atromentado, a cabeça anda meio à roda na ansia de ser um pesadelo, mas... Bolas!! Nao é!
Relembro um post que fiz aos tempos atrás, aonde ele tinha feito uma especie de "partida". Mas nao. Agora é mesmo sem aspas. Nao pode ser. Nao podia ser. Mas era...
Terei desmaiado. Acordei com um desconhecido a abanar-me, e a dizer: "Está aqui o INEM para o ajudar.". Ajudaram-me a subir as escadas até minha casa, no final disseram: "Ha alguem que nos devemos contactar?". Estarreci de novo. "Merda", pensei.
Cláudia. Tinha que ser eu a dizer-lhe. "Porquê?", pensava, "mas que raio te passou pela cabeça?". Fechei a porta, e ainda com a cara lavada em lágrimas percorri toda e qualquer especie de canto em minha casa à procura de uma explicação, de uma carta, nada.
Depois tudo se passou muito depressa. Avisar Cláudia tinha sido muito mau, e o funeral qualquer coisa de indescritivel. Sobre a campa de Pedro, a sua namorada mandara por: "Amou e foi amado."

Até me custava acreditar que era verdade. E mais uma vez perdida alguem de quem necessitava. E mais uma vez sem poder fazer uma despedida, um último abraço, um olhar de quem ja sabe que vai partir, nada.
Pedro foi-se.  Está algures em mim, o que resta dele, essa pujança e força incrivel que sempre me deu. Terei que procurar viver sem isso. Terei que procurar viver sem o meu Lado-Oculto.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Histórias que são para ser vividas…

... Sim, creio que há histórias que merecem personagens. Histórias de amor, que magicamos na nossa cabeça, e que sem nos apercebermos, ficamos envoltos nelas. E melhor de tudo, sermos nos as personagens das Nossas histórias.

... Não, nao devemos guardar as histórias no bau, mas expo-las na parede do nosso quarto, para ao acordar termos noção dos momentos felizes que já vivemos, e para termos consciencia de que mais virão. Porque histórias dessas merecem ser vividas. Mais que saber que não estamos sós, é importante saber que partilhamos histórias.

Abraço, Tiago!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Palavras de sempre e para sempre

Faro, 14 de Fevereiro de 2007:

E ainda sinto os olhos cheios de lágrimas. Não só porque tu partiste, acho que graças aquilo que acredito isso era necessário para todos, mas porque vejo memórias como cada vez mais.. memórias. Vejo a familia em que eu vivia a desmontar-se, metade cá, metade aí. Vai chegando a minha vez (lentamente, muito lentamente), de ficar no topo da piramide, e de ser eu a olhar para baixo. Mas porque agora nao quero. Quero continuar a ser o mais novo, a olhar para cima, a nao saber o que é a morte ou morrer alguem de quem nos gostamos. Prefiro nao continuar a saber. Ainda te oiço, na tua voz trémula, a dizer: "É o André". Amanha vou preferir nao tocar em modo menor. Pelo contrário, se pudesse tocava algo simples, mas que soasse bonito e alegre. Foi assim que te conheci e sempre te vi, nao conhecia nada que nao fosse assim.
Deves ter ficada boquiaberta quando viste aquilo que eu depois tive oportunidade de saber que aconteceu. E ao mesmo tempo deves ter sorrido, comentado para aquela grande pessoa que está ao teu lado, e que nós sabemos quem é, : "Fenomenal!".
Tocar para ti daquela maneira parece-me tao pouco. Apetece-me voltar a atrás, ficar horas a ouvir as histórias que tinhas para contar, mas nao. Agora so me resta tocar, em modo menor, enquanto os olhos continuam a querer despejar rios. Vou crescendo. Vai olhando por nós, sff.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

...Obrigado pela chama que me queima!...

Caminhava lentamente. Vinha de uma manha de catequese e ensaio com os escuteiros.
De repente lembrei-me de uma música muito pouco cantada nas missas, mas que diz tanto. Chama-se "Obrigado", contem algumas frases bimbas, mas isso é indispensavel, claro!

Lembrei-me da letra, e aos poucos um sorriso ainda maior ia brilhando na minha cara, tentando competir com o sol que la no alto me cegava o olhar.

Não era um sorriso qualquer. Não era um sorriso daqueles que fazemos quando agradecemos quase banalmente. Não. É O Sorriso. O sorriso quando penso nela. Ahhhhhhhhhhhhhh, mas que energia! Ainda me lembro que durante o ensaio, lá no alto da Igreja, olhava de relance para ela e via-lhe aquele olhar. Já posso morrer feliz. Há coisas que são mais que inexplicaveis. Há coisas que sabemos que vem lá de cima ou la Dele. Ha momentos que marcam tanto que podiamos passar sempre a revive-los. Com ela estou cheio deles. Dizia uma parte da música:
Dá vontade de chorar :)
"Obrigado por esse brilho no ar. Por essa chama que me queima. Obrigado pela estrela que há em mim! Obrigado por essa mão que necessita... de outra mao que saiba amar e ser feliz!"

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Enfim

O país anda louco, isso é sabido, mas entre determinados niveis de loucura, parece que estamos a atingir um auge preocupante.

Creio que para os leigos da música isto nao deve estar muito divulgado, portanto acho que o pouco que eu podia fazer era transmitir esta informação:

Tem andado à baila nos ultimos dias uma enorme contestação contra o fim do regime supletivo nas escolas de música. Basicamente, todos os alunos que nao queiram viver da musica a full time (como quase todos os que frequentam as escolas de música, incluindo eu) vao porta fora das escolas oficiais, tais como Conservatórios e Gregoriano e outras tantas. No regime supletivo, os alunos tem a sua escola de música num horário compativel com a escola aonde andam, nao interferindo uma com a outra. No regime articulado, é suposto os alunos saberem desde logo (no momento em que passam para esse regime) que vao seguir musica (aqueles que estão no secundário), pois perdem uma data de disciplinas na escola, e as "oficiais" passam a ser as que teem na escola de música. Inconviniente? Se ao fim de alguns anos decidirem seguir algo que nao seja musica, tem que voltar a perder alguns anos a fazer as tais disciplinas que tinham ficado isentos.

Mas o problema é que a maioria (diria... 80% ? 70%? ) dos alunos das escolas de música frequentam o regime supletivo. E o que o Governo quer reduzir as escolas de música oficiais somente ao regime articulado. E lá temos que ir nos, esses tais, pagar balúrdios para escolas de música particulares, se quisermos continuar a seguir música.  

Há uma petição a correr na net: http://www.petitiononline.com/CFEEMP/petition.html  

Imagens como estas podem ficar em risco. Mas que miséria de governo.


(Coro Gregoriano do IGL, 2007, no Mosteiro de Alcobaça (mas que dia! :) ) . A manter-se a ideia da ministra, so ficaria ali o rapaz de azul, o Tiago, que actualmente está no regime articulado.)