quarta-feira, 27 de junho de 2007

Músicas

Para mim jamais haverá outro cantor á face da terra como Freddie Mercury. E música de geito vai rareando. Os Coldplay ainda me preenchem a alma... e eu achava que mais ninguem ainda era capaz de me surpreender, sendo eu um pseudo musico (como todos aqueles que andam no Instituto Gregoriano de Lisboa).

Não fui capaz de passar impune aos eufóricos comentários que apareceram no blog da Cacao (http://carolinaaa.blogspot.com - Links), relativamente ao Michael Bublé. Ficou a curiosidade de saber o que valia este rapaz. Não que a minha opiniao conte para alguma coisa que seja, mas tinha curiosidade.

Hoje estava a dar um videoclip dele na MTV, e deixei estar. Comecei a gostar da voz. "Mas isto pode ser só uma música dele.. e o resto ser porcaria.". Ah, como errei.

Estava agora na net e resolvi pegar no Youtube e escrever "Michael Bublé". Apareceu-me a música "Everything", depois fui vendo outras, e outras, e meus amigos.. Tou rendido.

Uma grande vénia para:


Michael Bublé

P.s.: Obrigado Cacao :)

P.s.: Epah, há musicas que tem com cada piano que é de choraaaaaaaar.

P.s.: Crazy Little Thing Called Love. Mas que versão poderosa. E como essa frase diz tanto...

domingo, 24 de junho de 2007

Hoje




Hoje é tempo de reflectir. O sol está a pôr-se, e nada melhor que estes momentos para reflectir.

Mais um ano que passou. Não, desculpem. Minto. Não foi mais um. Foi O ano. O último.

Ir para férias sabendo que para o ano não vou voltar para as aulas com as mesmas pessoas, na mesma turma, sentados lado a lado, é um bocado angustiante. Férias são férias, mas o ano que aí vem assusta-me. Vou sozinho para um curso que vai definir o meu futuro. Sozinho.

Vejo a música ao longe: avisam-me que para o ano não irei ter muito tempo para outras coisas senão faculdade. Não consigo ouvir isto. NÃO! Eu QUERO ter tempo. Sentir aquela liberdade de outrora, dizerem-me: "Queres ir ali?" e eu poder dizer "SIM!".

Hoje é tempo de preparar. Descansar. Não pensar. O sol está perto do fim do horizonte.

12 anos. Tanto e tao pouco, longos mas rápidos. Desespero. Recordo a ansiedade que eu tinha, no 9ºano, em chegar ao 12ºano. E cá estou. Puf. Nada. Agora quero é voltar para trás.

"Nada?" diz-me ele. "Chamas a isto nada?"

Calo-me. No fundo ele tem razao. "Inevitablidades" da vida. Crescer.

Contudo, será impossivel não olhar a luz que brilha no meio deste imenso cenário escuro. A luz que não me faz desistir, mas olhar em frente e sorrir.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Assim

Ja faltava pouco. As pernas nao querem correr mais, o estomago queixa-se: acabara de jantar à 5 minutos, e agora corria que nem um doido.

Apetece-me parar, sim, porque uma subita sensação de enjoo começa a fazer-se sentir.

"Mas para onde ias, André, com tanta pressa?, pergunta quem ler isto.

Nem eu sabia bem. Dei por mim e tinha dito aos meus pais: "Vou la fora, não se preocupem!". Agora corro para lá. Mais uma vez, como em tantas que têm vindo a acontecer, corria para a Quinta da Luz.

Com uma caneta na mao, um papel no bolso, o telemovel no outro bolso, lá ia correndo. Para quem conhece a zona, sabe que da minha casa até a Quinta da luz, é um bocadito inclinado.

Chego. Finalmente. Paro, sento-me, contorço-me de algumas "dores de burro". Respiro fundo. O telemovel vibra. Era ela. Afinal ela ainda nao tinha chegado a casa. Perfeito.

Não importava se tava com dores ou nao, importava sim que eu a ia ver. Eu sabia que nem 2 minutos iam ser, mas que importa?

Esperei sentado, e pus-me a pensar.

No fim, só sabia dizer-te, mesmo antes de teres chegado: "Obrigado."

E ao pensar em ti, um enorme sorriso percorre a minha cara. "Obrigado"

terça-feira, 19 de junho de 2007

Noites

E ontem foi outra noite, em que fui vagueando por aí, algures... nada como a noite para nos lembrar do dia, ou da solidão para nos lembrar daqueles de quem mais gostamos.

E ontem foi outra noite, em que fui vaguendo, por esses lados... e vi acesa a luz, parei, olhei, mas fiquei-me por esse simples gesto que é olhar. Murmurei algo. Sentei-me, sossegado, e fiquei a olhar. Somente a olhar.


Fechei os olhos uma vez e imaginei-te. Alguem passou por mim, ainda oiço os passos. Deverá ter olhado? Não creio. A noite esconde faces. Não quis saber quem era.

Levanto a cabeça e pergunto-me o que faço ali. O Pedro disse-me: "Hum... nem eu sei bem o que tamos a fazer aqui." e apartir desse momento, deixei o meu olhar preso no chão, a pensar-te.


Não duvido que ficaria ali toda a noite. Mas é tempo de me levantar e ir embora. Olho, de relance, a luz. E caminho em direcção contrária.

Oiço os passos de alguem que vem atras. Anda perdido, oiço o som dos pés a baterem num ritmo desacertado, como quem procura algo. Olho, e vejo-me. "Aonde ja vi esta situação?" pergunto-me. E começo a rir-me. "Estarei bebado?"


O meu eu procurava algo, e olhou de repente para o mesmo sitio que eu tinha olhado. Gritei "Tu!". Mas ele continuava perdido a olhar. E parou.

Quando dei por mim, e tava estupefacto a olhar para o chão. Afinal ainda não me tinha levantado, apenas a minha imaginação tinha levitado. Afinal não estava ninguem na rua, mas a luz, lá no alto, continuava acesa. Levantei-me, e dessa vez estava mesmo a levantar-me, ou nem tivesse eu quase tropeçado na pedra que estava ali ao pé.

E ontem foi outra noite, a vaguear por Carnide. E no meio da noite, havia uma luz.

"Já o fez andar na lua, no meio da rua e a chover a sério."

domingo, 17 de junho de 2007

Porque?

Ja me perguntaram o porquê do "Lado-Oculto", ou até mesmo porquê Pedro de Arimateia?

Dizem-me que acham estranho isto de haver 2 "eu".

Quando pensamos, o que é que realmente fazemos? Não estamos a falar connosco? Embora a uma velocidade que nao nos faça aperceber disso, pensar é falar la dentro, connosco.

E quando falamos, é porque alguem nos ouve. Pensar é ouvir-nos. E quando penso, falo "comigo".

Porque Pedro de Arimateia? Nao tem significado. O Pedro é o completamento da razao, quando o André está perdido. Quantas vezes nos enervamos e perdemos o controlo da situação? No entanto, ha algo que nos controla. A mim há algo me controla. Este Lado-Oculto.

Pegando no exemplo do post anterior, no meio da ficção e da verdade ( toda a história é veridica, embora, claro, estivesse presente uma so pessoa. ), temos um bom exemplo para "dissecar":

Pq duas pessoas? Pq um dialogo quase real entre um Pedro e um André? De facto, todos os pensamentos, os do Pedro e do André, me passaram pela cabeça. No entanto ,parece que me vem de zonas diferentes da cabeça, conseguindo assim diferenciar. Estranho? Sem duvida.

O Pedro não é um heteronimo, como Alberto Caeiro é de Fernando Pessoa. Apenas dei nome a um conjunto de pensamentos.

E porque o nome Pedro de Arimateia? Nao sei. Soou-me bem, qd escrevi pela primeira vez.

Mas como digo, "vou juntado as peças do puzzle, vou descobrindo o meu Lado-Oculto.". Se eu conseguisse responder com mais clareza à pergunta inicial, eu teria feito. Mas não consigo. Talvez daqui a um ano seria interessante rever este post. Por agora, assim fica.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Emoções

Descia o elevador, e la dentro eu olhava-me para o espelho.

"'Tás velho, André" - disse uma voz.

Estranhei, olhei para todos os lados, e de novo para o espelho. Nao acredito, la estava ele, no mesmo lugar onde eu estava.

"Sim, Pedro, envelheci nestes 7 dias..... Deverei mandar um berro de alegria? Nao. Mas que raio tás aqui a fazer? Que historia foi aquela? PORQUE?"

"Calma. Decidi voltar, agora mesmo que 'tamos prestes a fazer mais uma loucura! Concentra-te. Depois falamos"

"Seja. Tas preparado?"


"Yep... let's go."

Saímos do prédio, eram 9:30 da noite. Sem luar. Começámos a correr, debaixo de chuva, cobertos com um guarda chuva que, enfim...

"GUARDA CHUVA? LARGA ISSO!" gritou ele. E decidimos correr à chuva.

Corremos em direcção à Quinta da Luz. Sem parar, ou se o fizemos foi para apertar melhor os atacadores, que estupidamente insistiam em sair do sitio.

Chegámos ao local completamente a arfar.

"Isto... é.... de.. loucos" dizia eu.

"Acho que... nao se... esperava.. outra coisa de ti." gozava ele.

Tirei o telemovel. Agora vinha a melhor parte. Começo a telefonar à pessoa que me fizera correr este caminho todo.

"Entao?" perguntava ele

"Nada.. tem o telemovel desligado."

"És taoooo troll. Mas tao troll mesmo. Nao te certificaste se ela tinha o movel ligado antes de sair de casa?"

"Nao..."


Estavamos parados, à chuva, a olhar para o alto do Prédio.

"Alguma sugestao?" perguntei

"Senao fosse eu, senao fosse eu.." dizia ele, enquanto caminhava para a entrada do Prédio.

Agarrei-o pelo braço:

"Hei!! Nao!! N vais tocar à porta!" gritei

"A tua estupidez causa-me impressao, André. Como terao sido estes 7 dias sem mim?"

"Depois falamos"

Vi-o a sacar de um papel.

"Vamos, escrever-lhe uma mensagem"

Escrevi e dei-lhe de novo. Entretanto ele fizera um pequeno monte de pedras, junto à porta do prédio, que se distinga bem do resto. No meio pos a mensagem.

"Quando chegares a casa, avisa-a. Duvido que isto se aguente ate amanha, mas nao custa nada tentar." , disse ele enquanto escondia o papel dobrado.

Fiz um enorme sorriso. 2 cabeças pensam, definitivamente, melhor que 1.

"Vá, vamos para casa. Nao temos mais hipoteses" disse ele, depois de eu ter tentado mais 5 vezes telefonar-lhe.

Saimos a andar. Nao estavamos desolados, vinhamos a rir e cantar bem alto "Fix You", dos Coldplay.

"When you try your best..."

"but you don't succeed!"

Enfim, cansados mas felizes. Porque uma loucura sabe sempre bem.

"Porque voltaste?" perguntei eu, a meio do caminho

"Porque alguem me chamou"

"Quem?" , mas ele nao respondeu. Insisti. "Quem , Pedro? Pensei que tinhas.... " .

Deu uma gargalhada bem alta e disse: "Ora ora ora... nao caias no erro de pensar que és o unico que me conhece!"

E continuamos a andar, a caminhar, enquanto as luzes nos guiavam para casa.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Fim


Era Quinta de Corpo de Deus.

Ele tinha sugerido irmos até ao Norte, nessa tarde, somente para descansarmos destas semanas. Tive que me ausentar durante 2 horas, para ir fazer uma visita a alguns amigos que por la moram.
Quando voltei, a casa estava vazia.
"Pedro?" perguntei. "Pedro? Temos d'ir... Ja se faz tarde e daqui bocado nao apanhamos o autocarro, e nós prometemos à mae que chegavamos a horas!"

Ninguem respondeu.

"Va la pa! Nao ha tempo para brincadeiras!"
Ninguem respondeu. Avancei entao para o meu quarto. Estava tudo como eu tinha deixado. Fui ao quarto dele. Nao havia la nada. Somente uma carta em cima da cama, dirigida a mim.


"Grande André!

É com dificuldade que te escrevo esta carta. Não me procures, não vale a pena. Nesta altura estarei como Judas ficou depois de ter traído Jesus. Espero que compreendas, eu próprio nao queria acabar assim."

Parei. Ainda havia mais para ler, mas começava a sentir-me perdido. Como Judas ficou...? Ou seja.... Não, não podia ser verdade. Apetecia-me correr, procurar, gritar, mas nao conseguia. Continuei.


"Os últimos acontecimentos nao tem sido muito bons. Sei que agora, mais do que nunca, precisas de mim ao teu lado para te aconselhar como sempre fiz, mas julgo ja nao o conseguir fazer. Nao sintas que te abandonei. Apenas acho que agora deves ser tu a seguir, sozinho, o teu percurso."

Uma lágrima cai em cima da carta.


"Não desistas. Nunca o fizemos, nao o farás agora. Nunca encontrei ninguem, dizias-me sempre. Julgo que nesse aspecto pouco te poderia ajudar, tu próprio o reconhecias.

Espero que te tenha ensinado alguma coisa. As nossas conversas, a música, a matemática, as miúdas que eu sempre achei que tu podias ter mas com as quais tu nunca engraçavas, as loucuras, o nosso português desajeitado, as tentativas de jogarmos alguma coisa de futebol, enfim.. Tanto e tao pouco."

Nao aguentei e começava a chorar compulsivamente.


"Estarei mais perto de ti como nunca. Esta é a prova de fogo: Saberes continuar sem mim. E eu próprio tambem aprenderei a continuar sem ti. A irmandade que nos une continuará.
Continuarei a gritar Sporting, a tocar, a cantar, a correr, sempre ao teu lado. Nao me verás, talvez por isso a expressão Lado-Oculto tomará o seu verdadeiro significado.

Como alguem escreveu para ti: Serás, de certo, um campeão! E eu estarei sempre aqui, a gritar vitória!


Eternamente,

Pedro Arimateia."


Deitei-me no chão. Olhava fixamente para o tecto, e esperava ansiosamente o momento em que ele ia entrar e dizer: "ahahhhha! Enganei-te!". Mas esse momento nunca veio.


O Lado-Oculto encontra-se fechado, esperando, ansiosamente, o dia em que alguem o vai fazer reabrir.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Sonhos!


E foi ontem, pelas 21:50, que eu e o Pedro Freitas tocámos a peça a 4 mãos, contando com a ajuda (moral e na troca de registos :P ) preciosa do Diogo Pombo.


Um sonho de miúdo foi tornado realidade.
E quando a peça acabou, os aplausos inundaram a Sé ( muitos eram de alívio, pois a maioria dos pais queria era ver os filhos cantar :P ). E no entanto...

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Contrariedades

Pergunto-me como é possivel que esteja a pensar somente numa coisa que nada tem a haver com o concerto de logo à noite, na Sé. Há algo que está errado... e até acho que sei o que é.

16 h - Preparo a mochila, vou agora ensaiar à Sé de Lisboa. Ás 21:30 estarei a tocar, mas duvido que esteja concentrado o suficiente. Contrariedades. O que parecia mais provavel nunca acontecer, tocar na Sé, vai acontecer logo à noite. E no entanto, a minha cabeça está completamente noutro lado... oculto. Salvem-me...

domingo, 3 de junho de 2007

Incertezas

Eu: "Incrivel como o Homem é o ser inteligente, mas é tao estupido ao ponto de fazer sempre os mesmo erros..."
Delavid: "Ainda bem que TU reconheces isso..."

sábado, 2 de junho de 2007

Viver

7:45 Acordo repentinamente. Ás 11 iria ter mais uma audição de órgão. Mais uma audição que me andava a moer a cabeça, a por o estomago a dar voltas, pronto, o costume.
Obviamente que a minha paciencia estava esgotada.
9:10 Encontro-me no Instituto Gregoriano de Lisboa para ensaiar as peças que iria tocar. Os nervos aumentam, a estupidez tb, mas as peças, felizmente, estavam a sair bem no ensaio.
Olho nervosamente para o telemovel, para saber as horas....
11:00 O concerto começa. Eu sou o último. Os meus colegas vao tocando, a minha vez aproxima-se.
Quase todos se enganam uma ou mais vezes na peça. Penso: "tou tramado".
11:40 É a minha vez. O Ricardo acabara de tocar, e a seguir a ele era eu. Pego nas partituras, sento-me. Suspiro. Um turbilhao de ideias e sentimentos passam-me pela cabeça. O meu lado-oculto grita-me: "TOCA!". Continuo parado, com a cabeça ligeiramente inclinada para a frente. E de repente, toco. Saiu-me, da mente para os dedos, dos dedos para as teclas, das teclas para os tubos. E eles gritam o que eu cá dentro grito. E de repente, acabou. Sim. o último acorde soa a despedida. Foi mágico.

19:00 Missa dos escuteiros, deu para "terminar" o dia a rir (desculpem :)! ).

20:30 Revejo o video da minha peça. Os tubos a gritar, eu a "correr", acho que correu bem. Como disse a minha mae: "Tu viveste a música". Mas eu nao vivi, eu vivo a musica. Eu e todos aqueles e aquelas que tem o privilegio da estar na melhor escola de música do país: IGL.
Gritavam um so nome. Gritavam o que eu grito.