sexta-feira, 26 de maio de 2006

América...

Quem já teve oportunidade de ir à Embaixada dos E.U.A?
Com certeza que muitos de nós nunca tiveram essa experiencia, mas aqui digo: Não vale a pena.

Na passada terça-feira, dia 23 de Maio, fui com alguns amigos da minha escola, visitar a Embaixada, a convite deles. Visitar, pensava eu.

Só a entrada deve ter demorado mais que a visita toda em si. Sabemos que as normas de segurança são enormes, mas aquilo é um exagero. Parecia que estavamos num aeroporto.
Contudo, nesta situação o lado-oculto chamou-me a atenção: "André... eles não facilitam.. e fazem bem. Mais vale prevenir do que remediar" .

Depois da demorada entrada sob um sol escaldante, tivemos a ouvir um senhor que era responsavel pelas "Relações Públicas" da Embaixada. Depois veio outro que tratava de assuntos relacionados com familiares portugueses/americanos que habitavam aqui em Portugal/America. Exemplo: uma pessoa americana que vive aqui em Portugal morre... e a sua familia está na América... cabe a esse senhor fazer o telefonema à familia, informando-os do sucedido.

Até aqui, tudo ia bem... Era cultura geral! Porem, a certa altura, começam a falar muito de estudar e estudar, e América, e estudar.
Bom, até pode parecer normal, visto que nós eramos uma escola, e eles era dos "States". Mas, quando à saida nos destribuiram uns cadernos com informações, é que me apercebi do sucedido:

Eles estavam a tentar seduzir-nos para ir estudar para os E.U.A.! Ah pois! Afinal, os cadernos que eles nos tinham dado eram, nem mais nem menos, que muita informação acerca do ensino americano, e como se podia fazia para ser "transferido" para lá.........

Bom, na verdade, como dizia o senhor: "We probably have the most powerful university in the world". Mas sair de Portugal para ir estudar no país de Bush? Jamais! Antes Inglaterra, Alemanha ou França!

Entrevista

João Pedro (http://steadfastintsoldier.blogspot.com) , 17 anos. Está no 4ºgrau de Teclado no Instituto Gregoriano de Lisboa e 5º de Formaçao Musical. Foi o meu primeiro entrevistado para este blog (ok, a verdadeira razão era que eu precisava de uma entrevista para Portugues). Tentei fazer perguntas com as quais ele pudesse desenvolver temas que necessitam de ser discutidos. Essencialmente: Portugal e a Música. Obrigado, João!

Como te surgiu a paixão pela música?
Curiosamente, NINGUÉM na minha família é músico, e não há pessoas com qualquer tipo de aptidão musical. Logo, não fui influenciado por amigos ou familiares. A minha paixão pela música surgiu por volta dos 4 ou 5 anos, quando descobri uma cassete com uma sinfonia de Beethoven, e passava os dias a ouvi-la, em casa. Lembro-me que fiquei muito triste porque, uns tempos depois, de tanto ouvir a cassete, rasguei a fita e o meu pai colou-a com fita cola… Mas, mesmo assim, a 9ª sinfonia ficou interrompida a meio! Fiquei muito triste, porque só aos 8 anos é que tive o meu primeiro leitor de CD’s e o primeiro CD de música clássica. Foi também aos 8 anos que comecei a tocar piano.

Como concilias o tempo da música com a escola?
Na verdade, conciliar as duas coisas é bastante difícil. Porque a música não são só as aulas, se assim fosse era bastante fácil… Estudar música envolve IMENSO tempo de treino em casa e uma dedicação enorme. Tanto que, às vezes, dou por mim nas aulas a mexer os dedos ou a cantarolar peças que estudei recentemente. Na verdade, a minha dedicação à música tem aumentado bastante nos últimos anos, e a música ocupa muito mais tempo do que ocupava. Consequentemente, isso começa a reflectir-se nas notas…

O que achas da importância que os portugueses dão à musica clássica?
Os portugueses não dão, de todo, importância à música clássica, excepto alguns círculos mais restritos, como é o caso dos alunos de música e pessoas com alguma educação musical. Isto porque, em Portugal, há uma grande falta de educação musical: o que faz sucesso são precisamente os grupos que não inovam e os cantores que falam sempre das mesmas coisas.

Qual a tua opinião acerca das musicas que fazem sucesso entre a população portuguesa (D'ZRT, outros artistas rap...)?
Acho que, como disse anteriormente, o que faz sucesso em Portugal são as coisas pouco originais. Os D’zrt e o Toy e o Emanuel e o Toni Carreira e coisas que tais são artistas que, por muito bem que cantem (alguns… Neste caso, excluem-se TOTALMENTE os D’zrt…) e tenham até alguma formação no domínio do instrumento que tocam, na verdade não inovam! Todas as músicas se baseiam sempre na mesma harmonia, não há o sentido de descoberta de novas formas, de novas técnicas… Por isso é que a música parece sempre tão familiar!

Achas que a música clássica está em declinio, em termos de adeptos? Achas que o estado portugues apoia os músicos suficientemente?
A música clássica está, de facto, em declínio nas camadas mais jovens da população. Poucas são as pessoas da nossa idade que ligam à música clássica, e vêem-na mais como “coisas de cotas e de ratos de biblioteca” do que como um estilo de música. Preferem o reggae e o ska e o punk e a música electrónica, e não fazem a mínima ideia de que a música electrónica surgiu na década de 50 com Stockhausen, um compositor clássico. A sociedade em geral atribui muito pouca importância à música clássica, e o estado também não ajuda com iniciativas. Não é de admirar que a música clássica esteja a chegar a este estado deplorável.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Como se podem criar amizades depois de um assalto.

O titulo do post é, no minimo, caricato.

A história que aqui deixo é totalmente veridica:
21:45 h. Eu caminhava lentamente, vindo de um agradavel encontro com alguns amigos meus, quando "lá ao fundo" reparo que estavam dois ciganos, com duas bicicletas. (Tenho uma aversão incrivel a ciganos, embora não consiga explicar porquê. Mal os vejo à distância, sou capaz de mudar completamente a rota do meu percurso. Porem, conheço alguns, e na verdade são optimas pessoas.)
Continuei a caminhar, quando, de repente, eles pegam nas bicicletas e começam a "rondar-me". Mantive a calma (algo raro: noutras ocasiões teria começado a correr que nem um doido). Eles aproximaram-se. Apesar da escuridão da noite, e da rua ser mal iluminada, conseguia ver perfeitamenta as caras dos individuos. Um deles era ainda muito novo, possivelmente deveria estar no 6º ano. O outro devia ter a minha idade.
Pararam, cercaram-me.
Cigano 1 - "Tens horas?"
Ora.... frase crucial. Já sabia o que eles iriam dizer....
Cigano 1 - "És de que bairro?"
Na realidade nao tenho bairro, moro numa localidade bem calminha, que de bairro nao tem nada.
Eu - "Nao tenho."
Cigano 2 - "Moras aonde?"
Eu - "Moro lá à frente..."
Como repararam que eu "não tenho bairro", perceberam logo que eu era presa fácil.
Cigano 1, com voz de mauzão - "Passa o móvel!!"
Mal ele disse isto, agi de uma forma completamente estranha para mim. Se fosse noutra altura, teria começado a dizer: "Epah, nao faças isso" e tal... Mas, estranhamente, a única coisa que fiz foi estender a mao com o telemovel. Terá sido o meu lado oculto que manteve a calma?
Bom, so tenho que dizer obrigado a este lado oculto....

Cigano 1, com ar de xateado, depois de ter visto que o meu telemovel nao valia nada - "Opah..... achas mesmo que nos te iamos assaltar, com isso? Se o movel fosse 3G, ja tinhas sido gamado.. mas como n é..."
Cigano 2, com um sorriso - "Yah... mas olha que ja estavas assustado, n?"
Eu fiquei completamente parvo.
Eu - "Yah, quer dizer... mais ou menos... Se te viessem assaltar tambem ficavas assim, nao?"
Bom, o puto nao ligou.. E começou a contar uma história mirabulante.
Cigano 2 - "Outro dia assaltei um gajo que tinha portatil, daqueles que abrem, e epah... o gajo deu luta, mas depois dei porrada, e consegui roubar a cena.."
Cigano 1 - "Ya, este puto é bue marado nestas cenas... Mas já agora, conheces alguem do Bairro Padre Cruz?"
Yes!! Se eu conhecia alguem do Bairro Padre Cruz? Claro!
Eu - "Sim, o Gonçalo"
Cigano 1 - "Quem?! O Gonçalo?! Aquele que jogou comigo no CAC?"
Eu - "Sim, acho que estamos a falar da mesma pessoa."
Cigano 1 - "Ahhh!!! Então, 'ta-se bem! És cá dos nossos!"
Cigano 2 - "Yah, 'ta-se bem, e desculpa lá a cena..."
E aqui começa completamente a cena caricata... De dois assaltantes mauzoes passam a dois amigos de longa data...
Eu - "Nepia, é na boa. Olha, tem é que me ir embora."
Cigano 2 - "Olha, se precisares de alguem para dar porrada, chama-nos!"
Cigano 1 - "Yah! Olha, dá-me o teu numero de tml."
Eu dei... e ele deu-me o numero de dele.
Cigano 1 - "Olha, sou o Nando! Ja sabes, qualquer coisa, liga-nos que nos ajudamos-te!!"

E pronto... despedi-me deles com um aperto de mão, e segui o caminho!
A vida é assim...

terça-feira, 16 de maio de 2006

Mas, e afinal, RiR 2006?

Ir ou nao ir, era a questão...
Certamente, RiR2006 vai ter o pior cartaz de entre todos os festivais que se costumam realizar pelo "Verão". O excesso de Pop, o excesso de musica para crianças, o "tão-badalado" caso dos D'zrt faz cair qualquer um no desespero.
Desespero ao ver que um grandioso e magnifico festival de música foi capaz de descer a um nivel tao baixo. Ao saber que outrora reunia nomes altos do ROCK. Ao saber que agora reune cantores mediocres, que se tentam passar por músicos. Porem, agora faz-se tudo pelo dinheiro.
Quem ainda aparece para salvar "a honra do Convento" é Roger Waters e os Red Hot, que no meio de tanta pimbalhada, até destoam.
A opiniao não parece ser geral: há muito boa gente que convictamente vai ao RiR, mas somente para "Ver a Shakira dançar".... Ou somente porque "o ano passado foi fantástico" ... Outros, contudo, sabem de certo uma coisa: "Lá nao meto os pés"

Costumo ser compreensivo e pensar que gostos não se discutem.... Mas o meu lado oculto desta vez não deixa... e cá de dentro grita: "Jamais!" ...

Na verdade, jamais irei este ano ao Rir. Jamais...

Até lá...

..o meu lado oculto vai-se revelando.

Quem sou? Bom, pouco importa... o meu lado oculto nunca me interessou. Até agora.

Desvendá-lo vai ser uma aventura. Interessante. Espero que aos poucos comece a juntar peças de puzzle, até perceber quem realmente sou. Até lá, vagueio pela vida à procura de um rumo.

Até lá, o meu lado oculto escreve por mim...

Até lá...