terça-feira, 24 de julho de 2007

Longe


Lá longe o sol brilha.

Vou em "retiro", 15 dias. Pôr a cabeça a descansar de tudo... mas não de todos. Não.

Lá longe o mar explode em ondas e perde-se na areia.

15 dias. Parece um eternidade. Até lá..

Até lá fico a ver o sol brilhar e o mar a perder-se na areia. E um sentimento de correr até ao "fim-do-mundo" percorre-me o corpo. Procurar-te. Ir ter contigo.

Lá longe sinto-me distante. Não do mundo, mas de ti.

Sinto-me totalmente amarrado, como se nada pudesse fazer. O tempo passa, mas tão devagar que começa ligeiramente a enervar-me. Mas calma...

Lá longe grito, berro o teu nome. Ninguem responde, porque ninguem tem que responder.

E enquanto o sol muda de cor e chama a lua, eu anseio pela noite, onde dormir significa sonhar, ter asas, sair daqui, libertar-me, poder ir até aí sem ninguem me dizer alguma coisa.

Mas antes de me deitar, vou dizer baixinho: "Boa noite!...". E não tenho duvidas que vais ouvir, mesmo estando tao longe... e tao perto.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Parado, a olhar para ontem

(Santa Cruz-2006)

E hoje fico assim, parado, a olhar para ontem.
Mas nao quero!
Alguem que me chame e diga: "Vamos ali!". Alguem que alinhe nalguns momentos de loucura.
Nao! Ninguem me chame! Eu quero-TE.
Nao. Ninguem.

Querem que eu fique assim, parado, a olhar para ontem.
Eu fico! A sério que fico. Mas so quero é que o tempo passe!
Tou preso ao tempo. Ele olha para mim nos olhos, e diz: "Nao tenho a culpa".
Suspiro... pois nao... mas custa.
Resta-me ficar parado, a olhar para ontem.

Alguem que me puxe pela mao e me leve.
Nao! Ninguem me puxe pela mao.
Nao, esperem. Prefiro ficar assim, parado, à espera que o tempo passe. Porque tem mesmo que passar.
E vai passar, mas lento ou mais devagar, mais vai.
Quando isto terminar, aí sim, sei que terei alguem que me puxará pela mao, e me levará.
A ti, Rita.
Até lá, vou-me deliciando a ver o tempo passar, parado, a olhar para ontem.

domingo, 1 de julho de 2007

Momentos

Hoje entrei na Sé, mais uma vez, para ir ajudar o João Segurado no seu exame final de curso (Licenciatura em Órgão). Cheguei cedo, e ainda ele não estava lá, portanto tomei o rumo dos turistas que por ali passavam, e pus-me a redescobrir a Sé.



Quando ja tinha dado a volta completa, paro em frente as umas velas acesas. 40 centimos era quanto custava cada uma. "E porque nao?". Pus as moedas na caixinha, peguei numa vela nova e acendi. Fiquei parado a olhar para ela, como se tivesse a comtemplar a luz pela primeira vez. Como uma criança que olha para algo novo. Olhei para o lado, e "lá estavas" tu. Demos as mãos, e continuámos a olhar a luz. Depois tive que ir ajudar. (O João acabou por ter 19.)



Ao voltar da Sé as ruas encontravam-se vazias e o céu estava "sujo". Algumas gotas começavam a cair, e o meu passo teve que acelerar. Ao entrar no Metro, fiquei sentado junto à janela, e pus-me a pensar em todos os momentos que tem ocupado este último mês. 1 mês, e parece que ja foi tanto.



Penso nestas 2 semanas que não nos vamos ver, e sorrio. "Vou aguentar". E porque? Relembro todos os momentos deste último mês, e percebo porque. O concerto na Sé em que so pensava em ti, as noites que vou a correr até aí (e muitas delas tu nem imaginas que eu vou), a enorme corrida até Telheiras, as chamadas de telemovel, as enormes cicatrizes, enfim... os dias passam, mas parece que a tónica é sempre a mesma: Tu, tu, e só tu. Sorrio. Porquê desesperar, ou até chorar? Porquê gritar? Não vale a pena. Suspirar, talvez. Há algo que nunca para: o tempo. Agora é deixar passar.

Como ja tinha dito a algumas pessoas, ontem fui tocar a dois casamentos, onde acompanhei a Joana , o Luís e o Francisco (pessoal do IGL). Tive o privilégio de poder acompanhar a Joana Amaro no Ave Maria de Schubert. Aqui fica o video: