sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Pensamentos soltos em cabeça organizada

Meia noite.

A lua brilhava, como há muito tempo não a via. Sozinho, fui para a enorme varanda do meu andar , e reflectir sobre muita coisa.

Verão. Teve do melhor, e do pior. O acampamento foi excelente, como sempre, e a boa companhia, 24 horas por dia, de todos os amigos com quem não pude estar regularmente durante o ano, fez-me sentir maravilhosamente bem. O pão e as maças, os "bueeee", o "nós aqui gostamos é de complicar", o canyoning, os jogos tradicionais, tudo maravilhoso. O regresso... bom, o regresso tambem foi optimo. Deixa sempre saudades, principalmente as demoradas despedidas que fazemos no final. Mas mal cheguei a casa, sozinho,recebi a pior noticia da minha vida. Sozinho, chorei e recompus-me. Sozinho tentei lidar com uma situação tão desagradavel. Hoje sei que são as "inevitablidades da vida". Não posso deixar de salientar as mensagens e telefonemas de apoio que recebi. Obrigado.

Regresso às aulas. Não é, para mim, uma "dor de cabeça", como era antigamente. Custa, claro, voltar ao ritmo acelerado, cheio de azafama, muitas vezes sem tempo para olhar para trás e fazer um balanço do que se tem feito. D.PedroV, IGL, e catequese.

André, Ferreira, Lilo, Lino. Heterónimos do Eu. Cada um pertence a um local diferente, cada um representa um Eu diferente. Nao porque eu queira, mas porque assim acontece. É realmente engraçado ver como cada um actua, como cada um reage. Incrivelmente, por mais tentativas que faça, acabam sempre por serem eus diferentes. O ambiente altera-me. Definitavamente.

Uma da manha.

Uma hora a pensar, ou a tentar faze-lo. Muitos outros pensamentos foram voando pela minha cabeça, soltos, enquanto alguem os tentava apanhar. Muitos deles sao mais restritos, mais pessoais, e como tal, nao posso aqui por.

A lua continua a brilhar. Brilho belo. Não magoa. Brilho silencioso. Brilho relaxante.

Uma e dez da manha.

Volto para dentro do meu quarto. Olho para o órgão electrónico. Nao resisto, e vou tocar a Toccata em ré menor, BWV 565, a mais conhecida de Bach entre os mais leigos na música. Uma, duas, três, as vezes que forem precisas até estar realmente cansado.

Uma e meia da manha.

Amanha é outro dia.... e a lua ainda brilha.

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