segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Sé de Lisboa

 
(Eu momentos antes do concerto)
 
Eram duas da tarde quando cheguei à Sé de Lisboa. Aproximei-me da imagem de Maria com Jesus morto nos braços, e acendi, como sempre faço quando lá vou, uma vela. Enquanto isso, o João fazia inudar a Sé ao som do enorme órgão.

O concerto era às 21:30, mas o dia prometia ser de ensaios. Antes de falar do concerto, apenas referir um pequeno episódio que aconteceu durante um ensaio que eu estava a ter com o meu professor:

O Joao tinha ido almoçar, eram 3 ou 4 da tarde, e assim o meu professor teve que tocar comigo a peça de Mozart a 4 mãos. A Sé esta aberta sempre que ensaiamos, apesar de 
algum desconforto (pelo menos para mim), de termos constantemente turistas a passarem, aponteram e tirarem fotografias. Por vezes até se sentam para ouvirem um bocadinho.
Quando acabámos de tocar, ouvimos umas palmas, o que é raro de acontecer. Mesmo que tivessemos tocado uma peça excelente, os turistas nunca batem palmas. Mas daquela vez, alguem estava a fazer um chinfrim desgraçado. Olhei para o lado, e vi que eram duas asiáticas.
Terminada a peça, resolvi ir falar ao Jorge, um colega do IGL que tinha acabado de chegar. Enquanto conversava com ele, uma das raparigas asiáticas aproximou-se de mim e enquanto abanava a cabeça em sinal de agradecimento, dizia-me em inglês: "Obrigado, muito obrigado pela vossa música, foi espectacular!". Gostou tanto que segundo consta, voltou para o concerto à noite. Como disse o meu professor, ja tinhamos fãs.

Quanto ao concerto em si, foi a loucura. Era o primeiro, mais uma vez, o público falava falava falava. 
Eu já estava sentado, 
preparado para tocar, mas as pessoas nao paravam de falar. A peça 
começava muito baixinho, e por isso 
era incomodo para mim estar ouvir as pessoas a falar
sinal de que se estavam a cagar completamente. Enquanto tocava a peça, estava completamente cheio de adrenalina. As maos tremiam desenfreadamente, e tinha que respirar muito mais frequentemente para nao perder o controlo de tudo o que acontecia, como muitas vezes esteve perto de acontecer.

Para uma dessas vezes eu tinha a minha arma secreta. Sabia que se quisesse, esse nervosismo todo podia passar. Tinha um preço: por momentos iria ficar desconcetrado do que estava a tocar, e isso podia ser perigoso. "Caguei", pensei. E numa das vezes que estava perto de perder o controlo, fugi da Sé e fui ter com ela. Ah, que sensação de alivio! Via de relance, o quanto bastasse para voltar e continuar a tocar. Assim aconteceu. O resto? Brutal. A peça nao correu extraordinariamente bem, mas as palmas e os "EEEEEEEEEEEH, BRAVO BRAVO BRAVO!" que recebi souberam muito bem mesmo.

Aqui fica o "video" do concerto, aconselho a irem fazendo outra coisa qualquer enquanto ouvem, porque ver... so se vê eu a mexer a cabeça de um lado para o outro.

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu vi o filme todo (embora a filmagem estivesse um bocado a "navegar" n cheguei a enjoar :P) e gostei muito da peça que tocaste! Quando é que convidas o pessoal? Só soube que ias à Sé porque o teu irmão comentou :P tss tss
Força nisso!
Bj
Sonia

Pedro de Arimateia disse...

:) É provavel que eu vá dar um concerto na Igreja da Luz, e depois ja nao tenho escapa, voces ficam os convidados principais!
Ainda bem que gostaste.
bj

Fernando Vasconcelos disse...

Cheguei ao teu blog vindo do Belogue de Notas de que sou leitor regular. Gostei e fiquei fã. Obrigado por teres postado o video (eu não pude ver o concerto embora o tenha recomendado :-) ...)
Tens mais um leitor e ouvinte atento.

Anónimo disse...

eu gritei! UUUHHH!!! LOL!! É provável que a multidão tenha ido atrás de mim!!! :D LOOOOL.
Sabes como é... eu tenho esta influência nas pessoas!! :P
Gostei muito!! :D

Anónimo disse...

Olá :)
Eu reparei q ja tinhas começado a tocar, mas nao se ouvia muito bem, realmente =S

E posso de resto dizer que ADOREI!!! ;)

*********

Anónimo disse...

Um arrepio. Muita amizade. Gosto muito de ti. Ta genial. Foi realmente. :) Um beijinho

Laura.