segunda-feira, 16 de junho de 2008

Encontros


Baixa, rosto suave, pele branca. Cabelo tambem branco, a idade nao a esconde, mas ela tambem nao quer esconder a idade. Enérgica e decidida na maneira como se move, sem levantar o queixo ou mostrar-se superior. Ali ela está em casa, e goza cada momento que lá está.

Sempre que vou à missa dos escuteiros, em Carnide, 19 de Sabádo, ela lá está. As vezes usando uma especie de chinelos, reconheço-a sempre e sorrio, sempre que a vejo. Usa cores vivas, bem vivas. Gosto de a ver. Transmite alegria, e acima de tudo, vive esses momentos da missa.. com alegria. É raro ver isso. Pessoas mais velhas por vezes vivem a missa mais como um funeral.

Mal se move, o meu olhar segue-a com curiosidade. Delicia, talvez. No final da acção de graças, percorre toda a igreja e pára ao meu lado, em frente à porta principal. Maos cruzadas, olhar levantado, sorrio meio escondido. Mal o Padre faz a benção, inclina-se para levantar as estacas que prendem a porta, abre-a, e sai disparada como uma seta.

Sempre lhe estranhei esta "saída". Ha uns dias atrás, percebi porque. Passado 2 minutos de a missa ter acabado, vi-a passar num autocarro que dizia "Pontinha". Os horários estavam todos controlados, achei piada.

Admiro-lhe.

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