sábado, 28 de junho de 2008

Entre

Voltava do arraial dos escuteiros, ao qual fui dar um passeio, quando resolvi passar por um caminho que ja nao percorria há muito tempo, e pelo qual passei muitas e muitas vezes quando era mais novo.

O cheiro da relva era o mesmo, caracteristico. Os postes de luz tinham ainda as mesmas marcas, e o campo de futebol inventado ainda me aparecia na cabeça.

Aos poucos, começo a ouvir passos de alguem que corria atrás de mim. Volto a cabeça, e vejo um miudito a correr, desenfreadamente. Quando passa à minha frente, tropeça e cai.

Parei. Dei-lhe a mao e disse: "Vamos, campeao, continua!". Ele agarrou a minha mao para se levantar, e olhou-me.

Reconheci o olhar. O sorriso. A franja. Até a mão.

Entretanto Pedro tocou-me no ombro e disse: "Vamos André, ja é tarde."

Percebi entao que estava a estender a mao ao nada.

"Há memórias que nao se apagam...", disse a Pedro.

Ele riu-se e respondeu: "Ainda bem que sabes disso..!"

1 comentário:

Tiago Krug disse...

Às vezes me deixar aqui apenas um sorriso.
E então deixo.
Não é demais, pois não?
Nem de menos, tenho a certeza! =)
Fica mais um.
Gostei de mais este texto. Como de tantos teus.

"Vamos, campeao, continua!"

Abraço!
Tiago