terça-feira, 13 de junho de 2006

Eu, os outros, e Deus

Eu, os outros e Deus. Este foi um post que eu tinha que escrever. Tinha que partilhar alguns momentos, cada vez mais raros por cá. Tinha que mostrar que a catequese ainda é um local de rir e sorrir, de amizades e de festas. Um local de repouso e de reflexão, um local de aprendizagem. Um local cada vez mais esquecido...
Já há 12 anos que estou na catequese. Lembro-me do primeiro dia como se fosse hoje. Durante 7 anos odiei profundamente a catequese e até mesmo a Igreja. Só desejava sair. Passados 12 anos sou dos membros mais dedicados na catequese, embora muitas vezes o trabalho não saia muito bem. Estive envolvido na fundação do novo grupo de jovens da Paróquia, que não é mais que um grupo de amigos, que mesmo depois de fazerem o crisma (ou seja, de acabarem a catequese) continuam a reunir-se para falarem e refletirem.




3 a 6 de Março de 2006 - Retiro do Grupo de Jovens


Retiro. Uma das principais razões que me fez mudar de ideias em relação à catequese. É a minha principal fonte de "renovamento de energia". Os meus primeiros retiros foram com a catequese (7, 8, 9, e 10º volumes, ou anos). Iamos, durante um fim-de-semana, para uma casa, geralmente "isolada", para o junto de uma praia. Reflectiamos, através de muitas actividades, acerca de um determinado tema que dava nome ao Retiro. O primeiro a que eu fui chamava-se "Lancei minha rede ao mar". Muito ri, muito sorri, muito cantei.

Este ano fiz mais um retiro, mas desta ver fui com meu grupo de jovens.
Estivemos na simples localidade de Varatojo, a 1 hora de Lisboa. Como um dos membros do nosso grupo é frade, pudemos ir para o Convento de Frades do Varatojo.
Chegámos sexta, de noite, e apenas tivemos tempo de conhecer o "Frade-Mor" e o Frei Morgado, que sabia as histórias do Raul Solnado de trás para a frente.
Fomos depois conhecer os nossos quartos, fizemos uma simples oração mas o sono apoderava-se de nós, portanto fomos dormir.

Sabádo ia ser um dia de reflexões, de brincadeira, de risos, de música, de fotografias. E foi!
Mas mais que tudo isso, foi um dia de muito convivio. Geralmente nos outros retiros, organizados pela catequese, iam sempre 20-30 pessoas, muita gente! Agora eramos 6... Desligávamos do mundo exterior, e ficava simplesmente o nosso grupinho.

Cheguei mesmo a ter uma surpresa! Havia, no andar superior do convento, um grande corredor que dava para todos os quartos. Enquanto passeava, resolvi ir até ao fundo do corredor. Então descobri uma sala que tinha um piano muito, muito antigo.. As teclas tinham todas cores diferentes, que variavam entre o branco e o amarelo-apodrecido. Mas mesmo assim o seu som era maravilhoso, e conseguia-se ouvir em todos os cantos do 1º andar.

Á noite fizemos outra reflexão, e depois fomos para o quarto da Filipa/Sara jogar Trivial Pursuit!!

Domingo á tarde, depois de termos passado a manha arrumando as nossas coisas, fomos até Caneças, ajudar os fenomenal grupo dos 3Nós (o outro grupo de jovens da Paróquia) a animar a missa dos miúdos.

O dia acabava... mas sentia-me cheio de uma alegria tremenda!
Os retiros acabam sempre assim. Uma pessoa vem renovada, com ideias novas, com esperança, com "garra e energia"!

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Acho que no final de um fim de semana inesquecivel, temos que agradecer aos 3Nós. Apesar de nada terem interferido neste retiro, é com eles que aprendemos a ser um grupo! Obrigado!



1 comentário:

Tiago Krug disse...

E depois de um post destes o que hei-de dizer?
Que me identifico e que me faz sorrir?
Sim!
Identifico-me com a forma como escreves no início do post e identifico-me com a forma como dizes sentires os retiros: como um renovamento de energia!
Porque os retiros que fazemos são muito mais do que simples fins-de-semana com amigos e muito mais que simples momentos de reflexão. São uma mistura de tudo o que faz sorrir as pessoas!
Saímos ao fim de uma tarde com grandes amigos para uma casa distante, saímos da correria dos nossos dias, dividimos tarefas, deliciamo-nos com as refeições, partilhamos o que somos, participamos nas mais diversas actividades que nos fazem ser criativos, aprender e pensar, sorrimos, brincamos e sentimo-nos mais próximos de um grande Amigo que tomamos como referência. Aproveitamos os dias ao máximo e chegamos ao fim com um sorriso rasgado e com ainda mais força para sonhar, para voar!

São momentos inesquecíveis de caminhada e de companheirismo! E é por isso, e por ser membro dos 3Nós, que me comove ver que aquilo que tentamos com tanta força ser, é sentido também por vocês com a mesma vontade de continuar.
É como se os nossos projectos não fossem em vão. Como se não parasse em nós a forma como tentamos colorir o mundo e o significado que procuramos dar às pequenas coisas que nos fazem realmente felizes.
Ver que fazes o filme que fizeste com o mesmo entusiasmo com que faço o mesmo com os 3Nós e que puderam ver na nossa fantástica ceia de Natal, sentir os vossos passos a chegar, faz-me sentir ainda mais preenchido e acompanhado.

Já somos mais a caminhar!
Não é?

Obrigado Nós por nos fazerem sentir ainda mais vivos! Obrigado Nós por aquilo que têm também para nos dar e ensinar!

Abraço!